quinta-feira, 21 de junho de 2012

Só nos resta a certeza de que juntos podemos construir o mundo que queremos para nós

A realização da Rio+20 no Brasil tem um significado especial, pois foi na ECO 92 que foi consolidado o termo Desenvolvimento Sustentável. A Eco 92 não trouxe grandes soluções para os problemas ambientais do planeta, mas resultou em vários documentos assinados pelos países participantes contendo os acordos firmados. Desde 1992 aconteceram vários outros encontros em muitos países com a intenção de discutir as diretrizes dos novos tempos. Foram discutidos os direitos da mulher, a desigualdade social e em 1997 em Kyoto, no Japão, foi discutido um dos maiores problemas do planeta, o "efeito estufa". Vários países em desenvolvimento assinaram o "protocolo de Kyoto", como foi chamado o documento final sobre o acordo porém, o problema vem se agravando e tem causado enormes danos ao planeta. Em 2004 ocorreu uma reunião na Argentina para aumentar a pressão para que se estabelecessem metas de redução na emissão de gases por parte dos países em desenvolvimento até 2012. As ações antrópicas (ações do homem) têm agravado esse processo por meio da emissão de gases na atmosfera, e parece longe de ser solucionado, já que exige uma grande mudança de comportamento e a conscientização de todos. Os meios pelos quais a redução de gases será feito não são concretos e caso não haja um retrocesso na emissão de gases esse fenômeno continuará causando vários desastres ecológicos, como os que têm sido visto nos últimos tempos. Temas como, o Tsunami causado pelo aquecimento global, um dos resultados do efeito estufa, e a migração dos habitantes das áreas onde há secas ou inundações, causados pelas mudanças climáticas no planeta, entraram na pauta das discussões da Rio+20. O objetivo da Conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes, como os acima citados.
A expectativa do Brasil na Rio+20 é alcançar soluções realistas, que façam sentido na ótica do desenvolvimento sustentável. Considerada uma oportunidade histórica na definição de caminhos para um mundo mais seguro, mais igual, mais limpo, mais verde e mais próspero para todos.
O Brasil vê a Rio+20 não só como uma conferência sobre o meio ambiente, mais sobre desenvolvimento sustentável, e espera alguns resultados para que isso aconteça no Brasil e no mundo.

Entre os resultados esperados deste evento estão:

- A erradicação da probreza como elemento indispensável para se alcançar o desenvolvimento sustentável;

- Que o desenvolvimento sustentável seja definido como uma prioridade global, tendo a inclusão do seu conceito nos três pilares que o sustentam (econômico, social e ambiental);

- O reconhecimento da reorganização internacional em andamento, com seus reflexos sobre a governança global;

- O fortalecimento do multilateralismo, com a clara mensagem de ajuste das estruturas das Nações Unidas e de outras instituições internacionais ao desafio do desenvolvimento sustentável;

O Governo espera que o equilíbrio entre os três pilares do desenvolvimento sustentável possam ser fortalecidos, com a determinação das áreas onde se deveriam concentrar os esforços nacionais e a cooperação internacional visando o desenvolvimento sustentável, - bem como por meio da definição de um marco de referência de governança internacional para garantir que o conceito de desenvolvimento sustentável seja adequadamente tomado como um paradigma por todas as organizações e agências especializadas do sistema das Nações Unidas.
O tema principal da Rio+20 é a Economia Verde, que discute o modelo econômico atual. A grande pergunta é: como promover o desenvolvimento economicamente responsável, com a natureza e com ser humano? Acho que só há uma saída, ou todos se tornam responsáveis por si mesmos e co-responsáveis pelos outros, na busca da dignidade e do bem-estar, ou todos sofrerão graves consequências por não fazê-lo.
No Humanidade 2012, a C-40 reuniu 59 prefeitos de diversas cidades que discutiram as soluções a serem adotadas em suas cidades para a melhoria do meio ambiente. Por outro lado, a Cúpula dos Povos tem discutido as ações em andamento e a partir daí, pretendem encaminhar um documento à Rio+20, sugerindo os caminhos a serem percorridos para que sejam alcançados os objetivos do evento. Muitos desses caminhos já estão sendo postos em prática, conforme dizem os dirigentes da Cúpula, e só precisam serem ampliados e divulgados.
Em mensagem enviada à Rio+20 a CNBB diz que: " a Conferência carrega consigo a irrenunciável responsabilidade de responder aos anseios e expectativas mundiais em relação à defesa e promoção de toda forma de vida, especialmente a humana, desde sua concepção até seu término natural..."
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB espera que, da Rio+20, brote o compromisso de construção de um “modelo de desenvolvimento alternativo, integral e solidário, baseado em uma ética que inclua a responsabilidade por uma autêntica ecologia natural e humana, que se fundamenta no evangelho da justiça, da solidariedade e do destino universal dos bens e que supere a lógica utilitarista e individualista, que não submete os poderes econômicos e tecnológicos a critérios éticos”.
Sabemos que em qualquer acordo há impasses, mas esperamos que vença a razão e a consciência de que é chegada a hora de salvar o planeta enquanto é tempo... Sabemos também que, por sí só documentos não "fazem nada", é preciso colocar em prática os acordos neles firmados.
Lembrando que é preciso que nós também, cidadãos comuns, façamos a nossa parte. Pois: "se você quer manter limpa a sua cidade, deve começar varrendo diante da sua casa... " e se queremos viver em um mundo melhor, também sabemos o que precisa ser feito. Cada habitante do planeta também é responsável, e se cada um fizer a "sua parte" chegaremos lá, no "mundo em que queremos viver".



Fonte: CNBB

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