Muitos livros têm sido escritos sobre como criar bem os filhos. Entre eles foi lançado mais um com o título de: MAES CONFIANTES FILHOS REALIZADOS - THOMAS NELSON, da escritora Catherine Hickem. Neste livro, a autora apresenta 7 princípios para conseguir um relacionamento saudável com os filhos e pôr em prática uma criação realmente eficaz, na qual as crianças possam construir a saúde emocional para se transformarem em adultos confiantes, equilibrados e seguros.
Acredito que todos achem que basta ser mulher para estarmos preparadas para ser mães, pois o "instinto maternal" fará todo o resto. Isso não passa de uma utopia, já que ser mãe se aprende na prática, sem que tenhamos feito nenhum curso ou preparação para tal função.
Acredito que todos achem que basta ser mulher para estarmos preparadas para ser mães, pois o "instinto maternal" fará todo o resto. Isso não passa de uma utopia, já que ser mãe se aprende na prática, sem que tenhamos feito nenhum curso ou preparação para tal função.
Escutamos desde pequenas a expressão: "mãe que é mãe...". Expressão que abrange uma lista imensa de exigências que sempre definiram a função materna: amor incondicional, dedicação plena, disponibilidade ilimitada, entre outras. Ou seja, referia-se ao que ela tinha que atender e não a quem ela era. A impressão que temos é de que a mulher, ao se tornar mãe, torna-se esquecida como pessoa e só passa a valer o que ela deve ser capaz de fazer. Como se a pessoa desaparecesse e só passasse a existir a mãe. Porém, antes de ser mãe, todas somos pessoas...
Porém sabemos que não é bem assim, apesar do "instinto maternal" que toma conta de nós mulheres desde o momento em que sabemos que estamos gerando uma vida dentro de nós, não nascemos prontas para sermos mães. Somos construídas a partir do modelo dado pela nossa mãe, pelas normas e regras do momento em que vivemos quando nos tornamos mães, pelos valores herdados da nossa família, pelas recomendações do pediatra e também, é claro, pelas amigas e amigas das amigas que vão dando sugestões, opiniões, conselhos, etc.
Se pensarmos que cada uma de nós
aprendeu a ser mãe a partir de vivências muito diferentes – cada mãe veio de um
contexto familiar único, portanto recebeu modelos e valores de acordo com a sua
família de origem – concluímos que deverão existir diversos modos de ser mãe. Vamos "aprendendo" a lidar com cada fase que se apresenta tentando manter a insegurança sob controle. E quando achamos que aprendemos, vem uma nova fase que nos causa inquietação, já que tudo é novo outra vez. Tomo como exemplo a fase em que o filho vai à escola pela primeira vez. Ficamos ansiosas quanto a adaptação dele ao novo mundo que vai enfrentar, queremos estar presentes, como se fosse possível controlar tudo.
As crianças se saem muito bem no meio dos amiguinhos, mas a qualquer sinal vamos correndo para socorrê-los se preciso for. E os desafios não acabam assim tão fácil. Quem tem vários filhos sabe que cada um é diferente do outro, as personalidades são muitas vezes opostas e as brigas entre eles também são inevitáveis, além do ciúme entre irmãos. A mãe tem que ser mediadora dos atritos e não "deve" tomar partido.
Chega a fase mais difícil para a grande maioria, a adolescência, quando os filhos preferem estar com os amigos do que com os pais. Querem sair e conhecer o mundo. Não veem os "perigos" que as mães tanto falam. Por serem jovens e inexperientes, acham que todos são amigos, querem viver tudo o que puderem o mais rápido possível...
É nesse momento que nos damos conta de que não somos onipresentes, nem temos superpoderes. É preciso confiarmos no que ensinamos a eles anteriormente, nos valores que lhes foram passados. Devemos lembrar que a tarefa de educar mal começou, pois ainda que eles já se considerem "quase adultos", não passam de crianças crescidas precisando muito da nossa orientação. E o mais importante, não precisam de "sermões", mas sim de diálogo, aliás, haja diálogo, e muita atenção. É preciso que eles saibam que podem confiar nos pais e que possam se abrirem sempre que precisarem, pois nesse momento todo o apoio é fundamental para que eles possam se tornarem aptos a viverem a experiência de crescerem.
Outro dia escutei a Fátima Bernardes falar sobre como se sente sendo mãe de três adolescentes. Ela concluiu dizendo: sinto-me meio abandonada na minha função de mãe, já que eles preferem sair com os amigos do que conosco, os pais. Essa é a realidade mais difícil para nós mães que queremos detê-los junto a nós o maior tempo possível, e gostariamos até que eles nunca crescessem.
O fato é que uma mulher que avalia o mundo atual como muito perigoso, pode querer proteger o seu filho de forma excessiva, construindo ao redor dele uma redoma dificultando o seu desenvolvimento emocional. Por outro lado, uma que defende a idéia de que quanto mais cedo o filho aprender a se virar sozinho melhor se sairá no mundo, pode não avaliar se este filho está realmente pronto para o "se virar" e assim fazer com que ele se sinta desamparado. Outras, que defendem a idéia de que o filho é para o mundo e assim permitem que toda a formação dele seja dada pela sociedade, podem estar esquecendo de que na infância, os pais têm a função de passar os primeiros valores e a conduta moral.
Penso que cada mulher, ao se tornar mãe, tentará sempre fazer o "melhor possível", buscará auxílio, esclarecimentos e orientações para dedicar aos seus filhos o melhor de si. Este processo nos causa angústia, pois não existe um jeito só, um modelo único a ser seguido. Como dizem por aí...."filho não vem com manual!"
Não podemos esquecer que a criação "educar e cuidar" é um projeto a longo prazo. Neste caminho erros e acertos acontecem. O importante é estarmos sempre atentas, não perder de vista o objetivo final, que no meu entender se resume em deixar como nosso legado filhos capazes de conquistar seu espaço no mundo de forma tranqüila, segura e solidária.
Toda mãe se propõe a ser a mãe
perfeita, porém este termo "perfeito" se refere a um ideal, aquilo
que todas nós buscamos. Lembrem-se, não existe o filho ideal... existe o filho
que temos. Logo, concluímos que não existe a mãe perfeita, mas a mãe que podemos
ser. As mães fazem o possível e dentro
deste possível, erros são cometidos – afinal, errar é humano – o problema é que
estes erros nossos filhos carregarão como legado/herança. E as cobranças serão
inevitáveis e as comparações também...
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