Não há quem não se encante, e até mesmo se emocione, com a visão deslumbrante que se tem na chegada ao Rio de Janeiro pelo Aeroporto Santos Dummont. Para os que visitam a cidade pela primeira vez, a maravilhosa paisagem do Pão de Açúcar é uma saudação de boas-vindas, mas para os cariocas, como eu, é motivo de orgulho e alegria por estar de volta à cidade maravilhosa, assim chamada não por acaso.
Marca registrada do Rio de Janeiro, o seu mundialmente famoso bondinho, incorporado à paisagem carioca, completa 100 anos neste sábado, dia 27 de outubro.
Construído, operado e mantido pela Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, o complexo turístico Pão de Açúcar, com 40 milhões de visitantes e título de patrimônio da humanidade pela Unesco, foi criado para o divertimento de milhares de pessoas num local privilegiado pela beleza panorâmica. Como mirante, divide com o Cristo Redentor e a Pedra da Gávea, o ponto de contemplação de uma das vistas mais bonitas da cidade.
A ideia de construir o bondinho surgiu em 1908, durante a comemoração dos 100 anos da abertura dos portos cariocas por Dom João VI. O engenheiro Augusto Ferreira Ramos, antigo sócio do Clube de Engenharia, projetou e construiu um "caminho aéreo" entre os morros da Baía de Guanabara para alavancar o turismo no Rio de Janeiro. Seu projeto visionário era alvo de piadas pelos colegas do Clube de Engenharia, que o chamavam de louco. Ao conseguir capital e apoio do governo, fundou a Cia. Caminho Aéreo Pão de Açúcar, a mesma que administra o bondinho até hoje. Na época, o projeto era bastante ousado. Só existiam dois teleféricos no mundo: o do Monte Ulia, na Espanha, com extensão de 280 metros, e o de Wetterhorn, na Suíça, com 560 metros. O projeto carioca superou os outros dois existentes, com duas linhas que somam 1325 metros.
As obras começaram em 1910 e o empreendimento consumiu mais de dois anos, centenas de operários e dois milhões de contos de réis - uma fortuna. "Como não havia helicópteros, a construção utilizou equipes de alpinistas especialmente treinados, que levavam as peças nas costas, em escaladas perigosas", diz Giuseppe Pellegrini, diretor técnico da Companhia.
O primeiro trecho, ligando a Praia Vermelha ao Morro da Urca, foi inaugurado em 27 de outubro de 1912. O segundo, da Urca ao Pão de Açúcar, foi completado no ano seguinte. Cenário de filmes, o bondinho ilustra a famosa cena de James Bond lutando no "007 contra o foguete da morte".


Comemorações:
Para celebrar os 100 anos do Bondinho do Pão de Açúcar, a empresa que tem a concessão do ponto turístico vai realizar uma apresentação especial de Jorge Ben Jor e do DJ Dom Pepe para reviver os áureos tempos do Morro da Urca. Nos anos 80, o local era um dos principais palcos da cena musical do Rio. Lá rolava o Noites Cariocas, sob o comando de Nelson Motta, sempre com a participação de Pepe, que atraía milhares de jovens.
As comemorações incluem exposição sobre a história do bonde. Os Correios e a Casa da Moeda vão lançar, respectivamente, selo especial (quantidade limitada) e 100 moedas de prata para colecionadores, em homenagem aos 100 anos do cartão-postal.
Da Praia Vermelha até o Pão de Açúcar, haverá a “Exposição 100 anos”, com gravuras, vídeos, projeções e imagens de 1908 até hoje, contando a história da cidade e dos bondinhos.
Visitantes poderão escrever o que pretendem para o futuro, pessoal e da cidade, e depositar numa espécie de urna, chamada cápsula do tempo.
A exposição irá de 27 de outubro até o final de março. A companhia pretende usar as mensagens em projeto ainda a ser definido depois que a exposição acabar.
Fonte: www.bondinho.com.br
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