sexta-feira, 31 de maio de 2013

Dia 31 de maio Dia mundial sem Tabaco


O 31 de maio foi escolhido para ser o Dia Mundial Sem Tabaco. A data, criada em 1987, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem o intuito de sensibilizar o maior número possível de pessoas sobre os males causados pelo consumo do tabaco e seus derivados.

O consumo de tabaco é uma das principais causas de doença e de mortalidade prematura em todo o mundo. Mas engana-se quem pensa que fumar faz mal somente aos fumantes, a fumaça liberada por quem fuma é um veneno, não só para ele como para as pessoas que estão a sua volta e podem inalá-la. Conforme dados da Organização Mundial da Saúde, morrem todos os anos cerca de 6 milhões de pessoas por doenças relacionadas com o tabaco. Um fato alarmante é que destas vítimas, mais de 600.000 pessoas são fumantes passivos.

Embora seja a substância mais conhecida, a nicotina não é a única responsável pelos efeitos nocivos do cigarro, ainda que seja ela a principal causadora do vício. Segundo estudos, isso ocorre porque ela consegue fazer em apenas 10 segundos todo o percurso por nosso corpo: ser inalada e absorvida pelo pulmão, entrar em nossa corrente sanguínea e desencadear um impacto cerebral, liberando substâncias que propiciam uma imensa sensação de prazer. Porém, ela não é a única vilã, mais de 5 mil substâncias foram identificadas na fumaça do tabaco, dentre elas gases e partículas cancerígenas, agrotóxicos usados durante o plantio da folha de tabaco e que são mantidos no processo de ressecamento para a fabricação do cigarro, dentre outros.

Seria impossível enumerar aqui todos os componentes do tabaco, só para citar alguns:

Alcatrão, benzeno, polônio: um elemento radioativo, extremamente prejudicial a nossa saúde. Níquel: material usado na produção de aço inoxidável, moedas e pilhas alcalinas. Metais tóxicos como: arsênio, acetato de chumbo: comum em tinturas de cabelo, o acetato de chumbo afeta principalmente os pulmões e rins. E um conhecido por todos, o monóxido de carbono: poluente muito comum na atmosfera, em ambiente fechado é o principal gás componente da poluição do tabaco.
 
Pesquisas apontam que o tabagismo causa mais de 50 tipos de doenças, além de ser o responsável por:

200 mil mortes por ano no Brasil (23 pessoas por hora)
25% das mortes causadas por doença coronariana - angina e infarto do miocárdio
45% das mortes por infarto agudo do miocárdio na faixa etária abaixo de 65 anos
85% das mortes causadas por bronquite crônica e enfisema pulmonar (doença pulmonar obstrutiva crônica)
90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos)
25% das doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral)
30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia).

Como se não bastasse, as doenças relacionadas à nicotina são: aumento do ritmo cardíaco, infarto agudo do miocárdio, derrame cerebral, angina, elevação do colesterol ruim (LDL), menopausa precoce, gastrite, úlcera gástrica, enfisema pulmonar, bronquite crônica, doença obstrutiva arterial periférica, tromboangeite obliterante, obstrução progressiva das artérias que pode culminar em amputação, além dos sintomas agudos como irritações nasais, na garganta e nos olhos, tonturas e dor de cabeça.
 

As campanhas contra o tabaco tem o objetivo de conscientizar as pessoas para os riscos relacionados ao seu consumo, e principalmente, ajudar aos que desejam abandonar o vício, mas também de alertar os jovens sobre os perigos e consequências do hábito de fumar. 
A melhor opção é nunca começar a fumar. Porém, nunca é tarde para abandonar o vício, os benefícios são visíveis a curto prazo, segundo os médicos.
 
Quem já é fumante e deseja parar, pode contar com alguns programas de auxílio anti-tabagismo:

www.inca.gov.br

www.accamargo.org.br

www.euqueroparar.com.br

www.queroparardefumar.com.br

 
 
 
 
 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Hoje é dia de Nhoque de batata e queijo

Quem gosta de nhoque pode aproveitar o dia de hoje para saboreá-lo, e de quebra dar uma forcinha para a sorte.

Para os que acreditam em simpatia, existe uma que deve ser feita hoje, dia 29, e que, segundo adeptos, atrai prosperidade.  Portanto, é uma ótima ocasião não só para satisfazer a vontade, mas também para fazer pedidos. Vai que...

Funciona assim: coloca-se uma nota de qualquer valor sob o prato com nhoque. Em pé, separe sete nhoques e coma um a um. Para cada nhoque, faça um pedido diferente. O dinheiro colocado sob o prato deve ficar guardado até o próximo dia 29, para garantir a fartura. Outros dizem que deve ser dado a alguém que necessite ou usado quando for fazer a simpatia novamente. Depois de tudo isso é só saborear o restante do prato! Como toda simpatia, é preciso acreditar.

Essa tradição teve origem em uma lenda, que conta que num dia 29, São Pantaleão, vestido de frade andarilho, perambulava por um vilarejo da Itália. Com fome, bateu à porta de uma casa e pediu comida. Foi recebido por um casal que, mesmo com certa desconfiança, o convidou para sentar-se à mesa com eles. O único alimento que tinham para oferecer era nhoque, sete nhoques para cada um. Depois de comer, o frade agradeceu a acolhida e se foi. Surpresos, ao retirar os pratos da mesa, o casal descobriu que embaixo de cada um havia bastante dinheiro. Desde então, acredita-se que comer nhoque todo dia 29 traz fortuna.

São muitos os restaurantes que seguem o ritual, o que tem levado
grupos de amigos a se encontrarem, dando força para que a tradição continue. É claro que para toda superstição há os incrédulos, nesse caso, aqueles que garantem que o costume de comer nhoque todo dia 29 nasceu na América do Sul, como estratégia de restaurantes que precisavam aumentar a clientela.  Bem, pelo menos tem dado sorte aos donos dos estabelecimentos, não é? De qualquer maneira, vale a pena arriscar.

Relatos contam que o nhoque existe desde os antigos gregos e romanos. Na Itália, chamaram-no primeiramente de macarrão. Na Idade Média, porém, já era conhecido com o nome atual. Em português: nhoque. Em italiano: gnocchi. 
 
Existem diversas receitas de nhoque. Algumas levam batata inglesa, ou mandioca, podem ser coloridos com espinafre, abóbora, cada pessoa tem a sua preferida. Esta receita de nhoque de batata com queijo é a que eu mais gosto.
 
Nhoque rápido de batata e queijo

Ingredientes

1 Kg de batatas
1 ovo, 1 colher (sopa) de pó de açafrão
4 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado
Sal a gosto
12 colheres de farinha de trigo

Modo de preparo

Lave as batatas, fure-as com um garfo, e embrulhe-as em papel-manteiga. Cozinhe-as no microondas na potência normal por 16 minutos. Deixe esfriar, retire a casca e passe no espremedor. Em uma tigela, misture a batata, o ovo, o açafrão, o queijo, o sal e a farinha. Trabalhe a massa até ficar homogênea. Com as mãos enfarinhadas, faça rolinhos e corte os nhoques. Cozinhe-os em porções em água abundante com sal até que subam à superfície. Retire com uma escumadeira e coloque-os em uma travessa. Sirva com o molho de sua preferência.

Dica: As batata cozidas no microondas ficam mais secas, facilitando na hora de acrescentar os outros ingredientes. Mas, não há restrições em cozinhá-las da maneira tradicional, basta escorrer bem.

Rendimento: 6 porções


 

sábado, 25 de maio de 2013

Bolinhos de chuva recheados

Os dias já estão ficando mais frios, e nada melhor para nos aquecer do que um cházinho, para os que o apreciam. Mas, se você preferir, um bom café, ou um chocolate quente também cai bem, ainda mais se for acompanhado de bolinhos de chuva. Não há quem resista, não é? Eu nunca entendi o motivo desse nome, talvez seja porquê ele combine com uma bebida quentinha, que só nos lembramos nos dias chuvosos... Mas eu o faço em qualquer ocasião, basta dar vontade.
Tenho uma receita que faz o maior sucesso, trata-se de um bolinho recheado com doce de leite. Rende muito e é fácil de fazer. Reuna a família, ou as amigas para um lanchinho, e experimente! Os ingredientes são aqueles que sempre temos em casa. Aí vai:
 
Bolinho de Chuva  Recheado com Doce de Leite
 
Ingredientes:
3 ovos
3 copos de farinha de trigo (ou xícara)
1 piutada de sal
5 colheres (de sopa) de açúcar
1 colher (de chá) de fermento em pó
1 copo (ou xícara) de leite
Açúcar e canela (para polvilhar) 
Óleo para fritar
1 lata de leite condensado ou 200 g de doce de leite pronto
 
Modo de Fazer:
 
Misture a farinha de trigo, os ovos, a pitada de sal, o açúcar, o fermento e o leite até resultar numa massa firme e homogênea. Vá pegando a massa aos poucos usando uma colher pequena (de sobremesa) e fritando no óleo bem quente. Preste atenção para não queimar, pois frita muito rápido. Se precisar abaixe um pouco o fogo. Deixe os bolinhos escorrer usando papel-toalha e reserve. Ponha a lata de leite condensado mergulhada em água, na panela de pressão, e leve ao fogo para cozinhar por uns 40 minutos. O resultado será um doce de leite, que será usado para rechear os bolinhos. É só cortá-los ao meio, colocar o recheio, se preferir use doce de leite comprado pronto, e depois passá-los no açúcar com canela.

Huuum! É irresistível! Experimente!
 
Bon Appétit!
 
 
 

A gente vê o mundo como a gente é...

Hoje me dou conta de que a gente não vê o mundo como ele é, a gente vê o mundo como a gente é...


 
De tanto ouvirmos dizer que: a vida é dura, que é preciso "lutar" para conseguirmos vencer... que tempo é dinheiro, que aquilo é supérfluo, que isso é loucura, ou perda de tempo... Não só damos ouvidos a tudo, mas parece que também colocamos vendas em nossos olhos. Nos enredamos na loucura do "ter", e deixamos de lado o "ser", que só pode existir se olharmos atentamente as coisas que nos cercam, e dermos vazão ao "sentir"...

Deixamos de apreciar a natureza que esbanja cores e esplendor, deixamos também de olhar nos olhos das pessoas, nos envergonhamos ao falar de amor. Passamos anos sem andar descalços na grama, sem ouvir o canto dos pássaros, o barulho de uma cachoeira, de sentir o cheiro da terra molhada pela chuva. Esquecemos o prazer das coisas simples, das coisas que não têm preço...

Para completar, acreditamos também que algumas atitudes e sentimentos são ridículos, que não ficam bem para um adulto... Que homem que é homem não chora... não se comporta assim... etc, etc... E, com isso, vamos nos embrutecendo, nos tornando fechados, e até mesmo insensíveis. Deixamos de lado as manifestações de afeto, esquecemos de apreciar as coisas que temos e que são tão valiosas, como a família, os amigos, o amor do companheiro, os filhos, e até de valorizar o emprego que nos dá o sustento. Neste caso, não vale cair nos opostos, que de um lado torna a pessoa um escravo do trabalho, e do outro uma pessoa sem expectativas que só faz reclamar, mas nunca faz nada para melhorar a sua condição no emprego.

Acreditando em que tudo o que nos dizem, passamos também a descrer do amor, dos sentimentos puros e desinteressados e, com isso, nos sentimos vazios com a vida ordinária e sem brilho que nos acostumamos a viver, e então entristecemos... É a alma que clama por beleza e alegria, sedenta de vida e êxtase, exigindo um pouco de poesia para poder prosseguir.

Muitos se esforçam procurando alento, buscando fora, o que está dentro... Outros se entregam, desistindo da alegria, achando que a felicidade é pura ficção. Muito embora na maioria das vezes, não se deem conta de que o que lhes falta é poesia... aquela que nos desacostumamos a "ver", mesmo que ela esteja ao nosso alcance todos os dias.

Como que "anestesiados" deixamos de sonhar, conformados, acreditamos que aquele amor intenso que gostaríamos de viver, só encontraremos nas telas do cinema, onde o galã vai atrás da amada, e sem nenhum pudor, confessa que "não vive sem ela"... E que só no teatro, poderemos rir da grande comédia da vida... por não conseguirmos mais achar graça no cotidiano. E com a poesia, entraremos em contato com a nossa sensibilidade adormecida, pois só o poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. A grande verdade é que a arte transmuta e transborda tudo aquilo que o cotidiano insiste em conter... A arte existe porque a vida não basta", como diz Ferreira Gullar. Mas a vida também é arte, que precisa brotar...
 
Para vivermos verdadeiramente, é preciso que façamos ouvidos de mercador, não dando ouvidos a tudo o que nos falam. É preciso que nos conheçamos, que saibamos o que nos faz feliz, que não deixemos que nos digam o que é melhor... Precisamos aprender a "sentir", a prestar mais atenção ao que o nosso coração quer dizer. Só assim poderemos descobrir o que realmente queremos.
 
O melhor da vida é poder sempre recomeçar... Se preciso, por quê não chutar o pau da barraca, e seguir novos rumos? Um pouquinho de loucura pode dar mais sabor à vida. "A arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal." ... como diria Raul Seixas.
 
Talvez isso signifique que tenhamos que mudar de emprego... ou voltar a estudar... mudar de cidade, ou quem sabe, dizer pra ele (a) com todas as letras "EU TE AMO"... ou "ME PERDOE", e se ele (a), não quiser ouvir, problema dele (a), pelo menos ficamos mais leves. Suportar o que não nos faz feliz é pura perda de tempo, um dia não iremos aguentar. Acreditar que a "vida é mesmo assim"..., como a maioria insiste em dizer, é o mesmo que afirmar que os sonhos são ridículos, impossíveis de serem realizados, e não é isso que dizem os vencedores. Acostumar-se com a mesmice é impedir que a vida revele a sua beleza, e que imite a arte... 
 
Pense nisso! Um ótimo final de semana!
 


 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Olhe as coisas de um modo diferente


Foram anos vendo aquela paisagem. Para mim era deslumbrante, enquanto para os demais, não passava de algo comum. Da janela da sala na qual eu trabalhava, eu podia ver o Corcovado, já que a minha mesa ficava de frente para ele. Lembro-me perfeitamente da sensação de bem-estar e alegria que eu sentia todos os dias ao vê-lo. Inúmeras foram as vezes em que comentei essa impressão com os meus colegas de trabalho, mas eu tinha a sensação de que eles não conseguiam ver ou sentir o que eu sentia. Para mim, era como se eu o visse sempre pela primeira vez... Rodeado pela floresta, tinha algo de fascinante... Às vezes, encoberto pelas nuvens, em outras, a chuva dava-lhe um ar diferente, mas não menos bonito. Quando o sol brilhava, ele reluzia no alto daquela montanha, e eu até podia me imaginar lá, aos seus pés.

Mesmo se tratando de um dos mais belos cartões-postais da cidade, ele também passa desapercebido para a grande maioria dos que aqui habitam. Não os culpo por não ver. O campo visual da nossa rotina é como um vazio...  Aos poucos, quase sem perceber, vamos perdendo a percepção do mistério e do encantamento existentes no mundo. Vemos, sem enxergar. Quantas vezes passamos sem olhar para aquela flor que insiste em enfeitar o jardim por onde passamos, embora quase esbarremos nela todos os dias... Será que sabemos quem é o porteiro do prédio onde trabalhamos? o ascensorista? prestamos atenção nos detalhes por onde andamos? Talvez não...

Tudo que nos cerca, o que é familiar já não desperta curiosidade. A rotina cega, cria uma espécie de barreira que não permite a interação com o ambiente e as pessoas. Passamos a agir como robôs, às vezes até olhamos, mas não vemos. Podemos sair sempre pela mesma porta, mas se alguém nos perguntar o que vimos no caminho, não saberemos responder.
 
Talvez nos surpreendêssemos se olhássemos mais atentamente ao nosso redor. Há beleza por toda parte, só é preciso treinar o olhar para voltar a ver. Há tanto o que ver: gente, plantas, animais, e inúmeras coisas que insistimos em ignorar.




 "...De tanto ver, a gente banaliza o olhar", escreveu o jornalista Otto Lara Resende. "Vê, não vendo". Para ver, precisamos estar com aquele olhar curioso, como o da criança que vê o mundo pela primeira vez. Elas têm olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. 





 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Receita de família

Acredito que a família seja a base de tudo. Seu significado nos remete a tudo o que somos e aos valores que apreendemos desde que nascemos.
Nem toda família é igual, e a maioria delas não se parece em nada com aqueles comerciais de margarina, onde todos sorriem felizes e bem-humorados no café da manhã. Mesmo diferentes, uma coisa a maioria delas têm em comum: o amor incondicional uns pelos outros, que se traduz em forma de amparo e aceitação às diferenças. Sim, porque mesmo em família, as diferenças existem, sejam de temperamento, de opiniões ou preferências.
Embora, tenha passado por diversas mudanças através dos tempos, a família continua sendo o tema principal de livros, filmes, e novelas. O que serve de inspiração não é simplesmente a família em sí, mas os sentimentos humanos vivenciados dentro do círculo familiar. 
 
Família pode ser drama, ou mesmo comédia, pode exibir doses de sacrifício, de amor incondicional, de apego, ciúme, intriga, e tantos quantos forem os sentimentos humanos.
Diz-se que cada um tem a família que merece, eu até concordo com isso, mas uma coisa é certa: nenhuma família é melhor do que a nossa, e mesmo que sejamos diferentes em alguns aspectos, no íntimo temos muito em comum com ela. Por ser a nossa referência, ela também é o nosso "porto seguro", aquele lugar para onde sabemos que poderemos sempre voltar...
 
Se no amor não existe receitas, na família também não, mas se existisse seria mais ou menos assim:

 "Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema...
...Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível.  Às vezes, dá até vontade de desistir...
...Mas a vida... sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o  apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida.
Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é  o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele, o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente...
...Já estão aí? Todos? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza.
Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco.
Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.
Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto: é um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional.
Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte.
Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.
O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini, Família à Belle Manière; Família ao Molho Pardo (em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria). Família é afinidade, é à Moda da Casa. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seria assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.

Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança.
O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro.
Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete."

Trechos do livro "O arroz de palma" de Francisco Azevedo.

  
 
 

sábado, 18 de maio de 2013

Carmen, no cinema

O fim de semana está cheio de atrações culturais, contemplando os mais variados gostos. Se você é amante de ópera não pode perder à exibição de Carmen, de Georges Bizet. Não é preciso estar em Paris para assistí-la, pois a exibição de óperas nos cinemas já é sucesso não só no Brasil, mas no mundo inteiro.

Esse é o primeiro ano que a Ópera de Paris se lança nesse novo formato, realizando projeções ao vivo em 50 salas da França e em 19 países da Europa e via DCP na Rússia, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Hong Kong, Singapura, Estados Unidos e Brasil, através da parceria com a nova distribuidora Esfera Filmes. Este é um fenômeno possível graças à tecnologia digital.

Pela primeira vez no Brasil, a temporada 2012-2013 da Ópera de Paris será exibida em salas de cinema, com 5 espetáculos de ópera e 3 de balé, gravados ao vivo pela produtora FRA (François Roussillon & Associés) e distribuídos pela Esfera Filmes.

CARMEN
Georges Bizet - com Anna Caterina Antonacci e Nikolai Schukoff

LIBRETO

Poema de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, baseado no livro de Prosper Mérimée
Orquestra e Coro da Opéra National de Paris Maîtrise des Hauts-de-Seine

Coro Infantil da Opéra National de Paris

DURAÇÃO DO ESPETÁCULO: 3h35 (4 atos com um entreato de 20min)

Apresentação da ópera por Alain Duault



ODEON PETROBRAS
Sábado 18/5 – 15h – R$ 40,00 (inteira)
Domingo 19/5 – 15h – R$ 40,00 (inteira)
Segunda 20/5 – 13h – R$ 10,00 (inteira)
Terça 21/5 – 13h – R$ 10,00 (inteira)

ESTAÇÃO IPANEMA 1
Sábado 18/5 – 10h – R$ 50,00 (inteira)
Domingo 19/5 – 10h – R$ 50,00 (inteira)

ESTAÇÃO VIVO GÁVEA 5
Segunda 20/5 – 21h – R$ 60,00 (inteira)
Terça 21/5 – 21h – R$ 60,00 (inteira)

ESTAÇÃO BOTAFOGO 1
Quarta 22/5 – 20h – R$ 40,00 (inteira)
Quinta 23/5 – 20h – R$ 40,00 (inteira)
 
Para informações das próximas exibições acesse o site: