quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Os 110 anos do grande poeta Drummond

Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987), se estivesse vivo, completaria 110 anos no dia 31 de outubro de 2012.
Mais do que saudade, o poeta deixou uma obra magnífica, pontuada pelo que há de melhor na literatura. O poeta mineiro que é orgulho de Itabira, numa justa homenagem, tem seus poemas registrados e exibidos em placas pelas ruas da cidadezinha onde nasceu. São 44 placas espalhadas em ruas e praças da cidade, que receberam o nome de "Caminhos Drummondianos", com o objetivo de divulgar o turismo cultural na pequena Itabira e colocar o público em contato com a sua poesia.
Drummond formou-se em Farmácia, na cidade de Ouro Preto, aos 23 anos, por insistência da família, mas preferiu se dedicar ao Jornalismo.  Ele que se dizia um “poeta menor” foi um dos grandes escritores jamais produzidos pela literatura brasileira. Talvez pela simplicidade de suas frases, por sua paixão humana ou por encontrar a grandeza no que havia de mais diminuto. Ficou famoso por suas histórias sobre o cotidiano e o amor, sabia ler a vida e alma do homem comum, como ele mesmo foi. Grande divulgador do modernismo, o escritor entrou para a história da literatura brasileira essencialmente como poeta, apesar de sua produção incluir livros infantis, contos e crônicas.
Fundou com outros autores, como Emílio Moura, "A Revista", periódico de divulgação do modernismo no Brasil. Segundo relatos, essa publicação não teve longa duração, mas foi o principal órgão modernista de Minas Gerais.
Em 1928, Drummond publicou o poema "No meio do Caminho", na Revista Antropofagia de São Paulo. A obra projetou o poeta. Chamou a atenção por sua linguagem coloquial e sua temática inovadora.
Seu primeiro livro foi publicado em 1930, "Alguma Poesia", três anos depois o escritor mudou-se para o Rio de Janeiro e ingressou no Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Drummond foi convidado por Luís Carlos Prestes para ser editor do diário "Imprensa Popular".
O poeta guardava dentro de si a inquietação de um criador inspirado, tinha um estilo marcado por um cuidado com a escrita, autor de uma vasta obra poética dividida em três períodos criativos caracterizados primeiro pela ironia, depois pelos temas sociais e por último por assuntos metafísicos.
Várias de suas obras foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.
 
Na Flip 2012, o poeta Carlos Drummond foi homenageado, e foram lançados alguns trabalhos inéditos do escritor. Entre as principais publicações destacam-se "25 Poemas da Triste Alegria" (Cosac Naify), livro de 1924 nunca publicado pelo autor, e "Cyro & Drummond" (Editora Globo), que reúne 50 anos de correspondência entre Drummond e o escritor Cyro dos Anjos.
Sua obra oficial tem sido relançada pela Companhia das Letras, que venceu a disputa pelos direitos de Drummond com a Record. Entre os livros já lançados estão "A Rosa do Povo" (1945), "Claro Enigma" (1951), "Contos de Aprendiz" (1951), e "Fala, Amendoreira" (1957).
A matéria prima da sua obra era o cotidiano, de acontecimentos banais, corriqueiros, gestos ou paisagens simples, ele tirava poesia. E sua alma de poeta conclui: 

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida esta no amor que não damos nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do  sofrimento, perdemos também a felicidade."
 
Carlos Drummond de Andrade
 
 

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