terça-feira, 16 de abril de 2013

O diálogo constrói relacionamentos saudáveis

Numa postagem recente, falei da importância do diálogo para o sucesso e felicidade na vida a dois. Isso gerou uma certa polêmica, e foi tema de um debate num encontro com alguns amigos meus. Entre risadas, chegamos à conclusão de que as mulheres falam muito, enquanto os homens não gostam de expor seus pensamentos, principalmente, quando esses, envolvem sentimentos. Então, como dois seres com características tão distintas podem se entender e manter o diálogo?

Evidentemente a causa mais comum de brigas entre homens e mulheres é geralmente... as diferenças entre homens e mulheres!! Para que o diálogo faça parte rotina do casal, é primordial ter em mente que o sexo masculino pensa e age de forma diferente do feminino. É importante entender que as mulheres têm a necessidade de falar sobre o que as afligem, principalmente quando algo vai mal na relação. Isso é uma forma de tentar digerir o que está acontecendo. Discutir a relação, para elas, é uma forma de estar em contato com os seus sentimentos e os do seu parceiro, na tentativa de solucionar o que lhe parece errado com o relacionamento. Diferentemente das mulheres, os homens custam a perceber as situações e, na maioria das vezes, acham que os problemas estão na cabeça delas, para eles, tudo sempre parece estar ótimo. Mais criteriosas, as mulheres, querem sentir que a relação é segura e estável, que são amadas e admiradas, para que possam se entregar. Já os homens consideram isso bobagem, pois a maioria não gosta de mostrar o que sente, e muito menos admitir que tem alguma parcela de culpa nas desavenças entre ambos.

Todos sabemos, que no início do relacionamento as pessoas só enxergam o que querem ver, fazendo uma imagem idealizada e irreal do ser amado. Com o tempo surgem as primeiras diferenças, mas como o casal quer continuar acreditando na imagem que fizeram um do outro, os dois tentam minimizar as pequenas desavenças, não dando importância a elas.
Portanto, se as diferenças já estavam lá, desde o início, por quê as pessoas tendem a querer mudar o outro, depois de algum tempo de convivência? E o pior! na marra, através de imposições e cobranças, gerando brigas e mágoas.

A primeira coisa a fazer, é aceitar que o ser amado tem gostos e opiniões diferentes dos nossos. Focar nas qualidades que fizeram com que ambos se apaixonassem, valorizá-las, e apostar nas afinidades é o caminho para o crescimento da relação. Mas também é importante lembrar que as diferenças devem ser respeitadas como parte da personalidade do outro. Quando essas diferenças estiverem atrapalhando a relação, o diálogo é o melhor caminho para o entendimento. Aceitar que as diferenças são apenas diferenças sem cair na tentação de defender que o jeito feminino é melhor do que o masculino, já é um primeiro passo para aprimorar a comunicação.

Num relacionamento onde o amor impera, os dois devem procurar manter o respeito e a aceitação pelo outro, e isso se consegue quando o diálogo faz parte do cotidiano do casal. Só através da conversa, do empenho dos dois em se revelar como são, sem que nenhum deles queira dominar o outro ou ter sempre a razão, pode levar o relacionamento ao sucesso, o que nesse caso significa à felicidade. Nunca é demais lembrar que a necessidade de estar com a razão prejudica o diálogo. Quando a pessoa reconhece para o seu parceiro que errou, estará inspirando-o a fazer o mesmo, e mesmo que isso não aconteça, sua atitude o ajudará a sentir que existe uma parceria, e que podem confiar um no outro.

Dialogar é fundamental para que as coisas não se acumulem e venham à tona num momento de raiva, causando uma espécie de “erupção vulcânica”. Tudo o que gera desconforto deve ser debatido, mas na medida do bom senso. Fazer da DR um esporte pode transformar a vida num inferno, porém evitar abordar os problemas pode fazer com que eles se acumulem, e com isso, haja um distanciamento. Competir para ver quem tem razão só leva ao desgaste da relação e prejudica a comunicação. Para que a conversa entre o casal dê resultados, é aconselhável não discutir um problema enquanto um dos dois estiver de cabeça quente. É importante falar o que se espera do outro, porém tão importante quanto falar, é ouvir o que o outro tem a dizer. Cada pessoa pensa de uma forma; aliás, seria muito chato se não fosse assim.

Relacionamentos felizes não são aqueles em que não existe conflitos, isso é até um pouco difícil de se ver, mas estabelecer um padrão adequado para a resolução dos problemas fortalece o relacionamento e aumenta a cumplicidade entre os parceiros.

Algumas dicas podem ajudar a acabar bem uma briga de casal
 
- Sempre inicie e termine a conversa afirmando que se preocupa com a outra pessoa: em meio a um desentendimento, você nunca pode subestimar o poder e a importância de lembrar a outra pessoa que você se preocupa e acredita nela. É importante também que a pessoa diga ao outro o quanto o ama, apesar de tudo.
 
- A primeira regra básica é não gritar, tentando focar no que realmente aconteceu. Se a outra pessoa está gritando, evite levantar a sua voz também para evitar uma escalada natural de interesses conflitantes. Quando gritamos, perdemos o foco do problema e também a chance de resolvê-lo, além de magoar o outro que se sente incapaz de expor o que está pensando ou sentindo.

- Esteja aberto para a ideia de que você cometeu um erro, mesmo se você tem certeza que não: as pessoas raramente ficam chateadas sem razão. Descubra o que machucou a outra pessoa.

- Fale somente do problema atual, evitando generalizar as atitudes do outro dizendo coisas que possam soar como acusação, como ''você é assim'' ou ''você sempre faz isso'', pois nem sempre isso é verdade. Leve em consideração as vezes que ele tentou te agradar e valorize outras atitudes da pessoa. Falar só dos atos ruins vai gerar ainda mais briga.
 
_ Antecipe-se pedindo desculpas, embora a ideia de esperar que a outra pessoa se desculpe primeiro seja a mais fácil de ser aceita, pedir desculpas pode ser um sinal de que estamos procurando reconciliação.

- Tentar descobrir o que é certo e não quem está certo, é a melhor atitude. Ao pensar no que aconteceu, é importante avaliar o certo e o errado tendo como base apenas as ações gerais, não levando em conta só a sua opinião. Botar a culpa sempre no outro revela egoismo e dificuldade em admitir que também erra.

- Ofensas e palavrões significam falta de argumentos e causam danos irreversíveis ao relacionamento. Além disso, a outra parte provavelmente vai ouvir apenas os palavrões, e vai parar de escutar qualquer outra coisa boa que você falar. Depreciar uma pessoa sempre muda o foco do problema e não resolve o problema real.

E finalmente, lembre-se que a outra pessoa também deseja a conciliação: uma das causas fundamentais de muitas brigas é achar que a outra pessoa não está com a mente aberta para acabar com a discussão. As DRs são necessárias, mas devem servir para aproximar o casal e fazê-los chegar a um acordo, e não para gerar mais brigas e mágoas. Quando o casal chega ao ponto de não poder mais conversar sem brigar, é hora de procurar ajuda profissional. Um terapeuta de casais ajuda muito aos dois a verem o que pode ser feito para retomarem o diálogo e salvarem a relação. 






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