sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Axé e até breve!



Fazia um bom tempo que eu não ia a Salvador. Tirei uns dias para visitar a cidade e voltei com um "ar de felicidade"... Aliás, fico sempre assim quando volto de alguma viagem.

Eu não sei "o que é que a baiana tem...", mas sei que a Bahia tem uma magia que já se pode sentir desde a chegada. Saindo do aeroporto, entramos numa espécie de túnel formado por um bonito bambuzal, como se a natureza estivesse dando boas-vindas a quem chega.

Indo em direção à cidade, temos a opção de ir pela orla apreciando a beleza das praias. Limpas e calmas, elas atraem tanto os habitantes locais quanto os turistas. Já na cidade, é possível notar o contraste entre a arquitetura do período colonial e as construções modernas. O novo e o velho se misturam, e a história se mantém viva através dos antigos casarios, tombados pelo Patrimônio Histórico.


Elevador Lacerda e Mercado Modelo
Outra diferença marcante se impõe entre a Cidade Baixa e a Cidade Alta. Um elevador (o primeiro instalado no Brasil), conhecido como o Elevador Lacerda, faz a conexão entre as "cidades", e se tornou uma das principais atrações turísticas.



Salvador tem grande importância na história do nosso país por ter sido a primeira capital brasileira (ela foi capital da colônia durante 250 anos). A construção da cidade, assim como os seus habitantes, sofreram influência dos povos Europeus, Africanos, Nativo-Indianos e Judaícos. Dessa miscigenação vieram os aspéctos históricos e culturais que pode ser vista na religião, cozinha, manifestações culturais e personalidade do povo baiano.

A capital baiana se destaca pela sua gastronomia, pela música e também pela arquitetura que, no seu Centro Histórico, mais precisamente no Pelourinho, reflete a influência do período colonial. Suas construções datam do século XVII até o século XIX e foi declarado como Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1985.

Para entender Salvador é preciso inteirar-se da história, mas também apurar os sentidos, se encantar com as cores e sentir o ritmo contagiante da música baiana, que teve na mãe Àfrica a sua origem. Muito embora o ritmo que mais expresse a ginga do baiano seja o axé, o pagode, o forró, o arrocha e o samba também fazem a cabeça dos soteropolitanos. Mas há também um forte movimento de MPB e rock acontecendo na Bahia, que vem atraindo a atenção dos produtores musicais brasileiros.

Seguida por Nova York, Salvador é a cidade com o maior número de descendentes africanos no mundo. E eles, os africanos, também tiveram grande influência na rica gastronomia baiana dando origem a diversos pratos à base do azeite-de-dendê e leite de coco. Cheiros e sabores se misturam, gostos exóticos e temperos apropriados dão um toque todo especial aos pratos típicos da região. Em qualquer parte da cidade se pode experimentar um delicioso quitute, e não há quem resista a um bom acarajé.

Igreja do Bonfim
Os soteropolitanos são alegres e festeiros, e recebem os turistas com muita cortesia. Mas é preciso ir de coração aberto para saber apreciar o que a cidade tem a oferecer. Como todo bom visitante deve saber, ir à Igreja do Bonfim é de praxe, mesmo para aquele que já tenha ido lá inúmeras vezes. Pedir a bênção de Nosso Senhor do Bonfim é um ato de fé, mas também faz parte do ritual de quem quer chegar à cidade com o pé direito, conforme dizem os baianos.

Minha fitinha... entre milhares delas.
A Igreja tem o estilo rococó, com decoração interior neoclássica. Durante a visita os turistas podem aproveitar para comprar as famosas fitinhas do Bonfim que, segundo a tradição, dá o direito a três pedidos e  podem ser amarradas tanto no pulso do devoto quanto nas grades que cercam a igreja. Pra gantantir eu fiz os meus pedidos... olha lá a minha fitinha...

Ir ao Centro Histórico e passear pelas ladeiras do Pelourinho é uma boa pedida para quem quer conhecer um pouco da história da cidade, mas é também um bom passeio para quem já esteve lá. Lojinhas, centros culturais e muitos turistas se encontram no local.

Em grande parte da cidade foram mantidas as raízes de suas ruas, assim como as casas coloridas, um exemplo do urbanismo português, oriundos do período colonial.

Farol da Barra
Como fazia muito tempo que eu estive por lá, então eu quis rever todos os lugares. Fui ao Farol da Barra e tirei muitas fotos, inclusive uma do pôr-do-sol.
Pôr-do-sol no Farol da Barra





Visitei o Dique do Tororó, um dos mais famosos cartões postais de Salvador. Construído pelos holandeses, no século XVIII, o dique conta com um espelho d’água que possui cerca de 110 mil metros quadrados.

Dique do Tororó

O local passou por sucessivas reformas. E em 1998, durante uma dessas reformas, o ponto turístico ganhou novos equipamentos de esporte e lazer, assim como um anfiteatro, centros comunitários e restaurantes, além de doze esculturas de orixás assinadas pelo artista plástico Tati Moreno, em homenagem às divindades das religiões afro-brasileiras.

Vale a pena conhecer. O local é escolhido para a diversão de muitas famílias nos fins de semana.

Forte Mont Serrat
Estive no Forte Mont Serrat, de onde se pode ver ao longe o centro de Salvador. E, como não podia deixar de ser, antes de retornar à minha amada terrinha, fui ao Mercado Modelo para comprar umas lembrancinhas para dar aos amigos que aqui ficaram. O mercado possui dois andares, onde se pode encontrar rendas, bordados, berimbaus, e muitas outros artesanatos. E, se a fome apertar, a opção é almoçar em um dos dois restaurantes que ficam no segundo andar do prédio.
 
Aproveitei para almoçar e, para minha surpresa, no restaurante havia um cantor que, acompanhado do seu violão, cantou uma música que eu adoooro: "Tarde de Itapuã". Não posso nem descrever o que eu senti... Essa música me emociona... Só podia ser do Vinícius! Que aliás, estava sempre por lá, e a compôs no próprio cenário, bebendo uma água de coco na praia de Itapuã... Velhas lembranças vieram à tona. Essa música não é somente um hino a Salvador, mas faz parte da minha história. Bons tempos...

Salvador tem tudo o que eu gosto: muitas festas, praias lindas, povo alegre e boa comida. Apesar de ser uma cidade grande, ela possui uma certa magia. E, quem consegue sentí-la, com toda a certeza, voltará sempre que possível para rever seus encantos.

Logo, logo estarei de volta para ouvir no local a música do Vinicius: "... Passar uma tarde em Itapuã... Ouvindo o mar de Itapuã, falar de amor em Itapuã..." É por isso, e por muitas outras coisas que eu gosto de Salvador... Sempre que puder irei visitá-la, principalmente para descobrir o que passou despercebido em outras ocasiões...

Beijos Leandra, Simone, Dinha, vocês são demais! Au revoir!



 

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